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Pandemia afeta políticas públicas de segurança alimentar

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Pesquisas realizadas pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação (Nepa) da Unicamp investigam como a pandemia do coronavírus vem afetando programas e políticas públicas de segurança alimentar. Como conta a pesquisadora Ana Clara Duran, uma delas analisa mudanças nos programas nacionais de alimentação escolar do Brasil e outros nove países da América Latina, revelando como o acesso de crianças e adolescentes à alimentação de qualidade diminuiu com a suspensão das atividades presenciais nas escolas.

Outra pesquisa se dedica a investigar mudanças nos hábitos de consumo de beneficiários do programa Nutrir Campinas, espécie de vale-alimentação que o município vem oferecendo a mais de 26 mil famílias cadastradas – eram apenas 6 mil antes da pandemia. Os estudos do Nepa reforçam o alerta feito esta semana em relatório da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), que mostra que mais de 55% da população, ou 116 milhões de brasileiros, enfrentaram algum grau de insegurança alimentar no último trimestre de 2020, colocando o país de volta ao Mapa da Fome da ONU, do qual havia saído em 2014.

De acordo com o economista Walter Belik, professor do Instituto de Economia da Unicamp, ao insistir na agenda de corte de gastos e ajuste fiscal durante o pior momento da crise sanitária do coronavírus, o governo brasileiro vai na contramão do mundo, promovendo um verdadeiro “austericídio”. Para ele, o governo também falhou ao não manter estoques reguladores suficientes de alimentos para contrabalancear preços que, agora, pesam no orçamento das famílias, contribuindo para o aumento da insegurança alimentar no país.

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