Política

Eles podem assumir o governo: Conheça os candidatos a vice-presidente da República

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VICTOR PICCHI GANDIN – Com o fim do prazo legal para a realização de convenções partidárias que definiram os candidatos das eleições 2018, a serem registrados até o dia 15 de agosto, surgem nos meios de comunicação diversas “coletâneas” sobre os candidatos escolhidos para o cargo de Presidente da República e para Governador em diversos Estados. O posto de vice, porém, acaba não recebendo tanta atenção, ganhando destaque eventualmente um ou outro postulante. Tendo isto em vista, este artigo tem a intenção de trazer informações sobre todos os candidatos a vice-presidente da República já confirmados em convenções partidárias.

São 13 candidatos diferentes, para os quais ampla pesquisa resumiu suas trajetórias políticas, filiação partidária, principais áreas de atuação, desempenho em eleições anteriores e outros aspectos, como por exemplo como se deu o processo de escolha para tal candidato a vice em algumas chapas. Tais informações foram pesquisadas em diversas fontes, como Tribunal Superior Eleitoral, Câmara dos Deputados, Senado Federal, jornais, sites de notícias, páginas de partidos e candidatos, entrevistas e vídeos. Este levantamento foi feito levando em consideração que o conhecimento e a análise dos candidatos a vice-presidente devem fazer parte da decisão de voto por parte dos eleitores.

Para os candidatos presidenciais e partidos políticos, muitas vezes a estratégia de escolha de nomes para o posto de vice tem caráter político, com a escolha de um nome que venha a agregar outros partidos à coligação presidencial ou atrair a atenção de determinado eleitorado ou região brasileira. Por vezes, a escolha tem ainda a finalidade de forçar um diálogo com um eleitorado mais abrangente, uma vez que o vice pode adicionar ou agregar pautas e ideais diferentes à campanha do candidato em que apoia.

A história política brasileira recente deu protagonismo a três vices. Com a morte de Tancredo Neves, José Sarney (PMDB) assumiu a Presidência da República durante um mandato inteiro (inicialmente como presidente interino e logo depois em caráter definitivo), iniciado em 1985. Após processo de impeachment e renúncia de Fernando Collor (PRN), seu vice Itamar Franco assumiu o governo. Por fim, no momento em que vivemos hoje o Brasil também é governado por alguém que inicialmente ocupava o posto de vice, Michel Temer (PMDB), que assumiu de forma definitiva após o impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Trata-se de uma responsabilidade constitucional que o vice assuma o país na ausência do titular para o cargo Executivo presidencial, seja em momentos temporários (como viagens), sejam em casos de morte do titular, renúncia ou impeachment. Todas estas possibilidades já foram observadas em nosso país. Há quem diga que o cargo de vice não é mais relevante hoje em dia, podendo até mesmo ser eliminado, uma vez que tecnologias existentes atualmente permitiriam ao presidente eleito governar e despachar até mesmo à distância. Porém, o cargo de vice-presidente e suas atribuições permanecem. Diante da iminente possibilidade de assumir o governo, o eleitor que escolhe seu candidato a presidente deve também observar o candidato a vice na chapa por ele escolhida. Em 2018, são estes os nomes:

  • ANA AMÉLIA (PP), vice-candidata de Geraldo Alckmin (PSDB)
Ana Amélia (PP) | Foto: Notícias Brasil Online
Ana Amélia (PP) | Foto: Notícias Brasil Online

Após a decisão em bloco dos partidos do chamado “Centrão” (DEM / PP / PR / Solidariedade / PRB) de apoiar o candidato Geraldo Alckmin (PSDB), o tucano se viu diante de algumas possibilidades para a vice-presidência. Todavia, o empresário Josué Gomes (PR), filho de José Alencar, que foi vice de Lula, recusou o convite. Também cortejado por outras coligações, apesar da recusa ao cargo de vice na chapa de Alckmin, Josué afirmou em carta que trabalhará pela vitória do tucano.

Defendendo em artigo publicado no site Poder360 uma “união das diversas correntes políticas e ideológicas” como meio de superação da “crise de natureza econômica, social, política, institucional e até de valores que esgarça e agita a sociedade brasileira“, o então pré-candidato ao Planalto Aldo Rebelo (que deixou o PCdoB e atualmente é filiado ao Solidariedade) foi apresentado pela mídia como possível candidato a vice de Alckmin. No entanto, Aldo negou esta possibilidade à agência de notícias Estadão Conteúdo no dia 30/07: “Esta hipótese não está sendo considerada por mim“. Alckmin foi então buscar seu vice no Partido Progressista, restringindo sua escolha entre a senadora gaúcha Ana Amélia e a vice-governadora do Piauí Margarete Coelho.

No dia 02/08, Ana Amélia foi anunciada como candidata a vice-presidente na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), abrindo mão de sua reeleição para o Senado. Com a escolha, o tucano, apesar de seu desejo de se apresentar como o candidato de centro que irá capitanear os votos não dirigidos aos extremos do espectro político, mostra ao mesmo tempo estar de olho em um eleitorado mais conservador e à direita, que pelas pesquisas realizadas até então se concentra em torno de Jair Bolsonaro (PSL). Com a escolha de Ana Amélia, Alckmin também amplia seu leque ao contar com uma candidata de outra região do país em sua chapa, filiada a um partido de sua coligação que é forte na região Sul e com visibilidade em setores mais conservadores. Os discursos da senadora também costumam ser marcados por críticas ao PT.

Nascida em março de 1945, Ana Amélia Lemos graduou-se em Comunicação Social. A jornalista iniciou sua carreira profissional nos anos 1970. Antes de entrar na vida pública, foi repórter, apresentadora e colunista. Trabalhou na Rádio Guaíba, Jornal do Comércio (Porto Alegre), RBS TV (rede de televisão regional com emissoras afiliadas à Rede Globo), Zero Hora e Rádio Gaúcha. Em 2010, filiada ao Partido Progressista, Ana Amélia foi eleita senadora pelo estado do Rio Grande do Sul, com 3.401.241 votos. Em 2014, disputou o governo do RS, figurando em terceiro lugar, com 1.342.115 votos. Sempre filiada ao PP, avaliou deixar o partido após o envolvimento de diversos de seus membros na Operação Lava-Jato. “Que o partido sai enfraquecido não há dúvida“, afirmou Ana Amélia, que não integrava lista revelada em 2015 com 30 nomes alvos de investigação.

Recentemente, discutiu com Gleisi Hoffmann (PT) por causa de entrevista concedida pela presidente do Partido dos Trabalhadores à rede Al Jazeera. Segundo o jornal gaúcho Zero Hora, Ana Amélia afirmou que Gleisi poderia ter “violado a Lei de Segurança Nacional” e disse esperar que o vídeo para a emissora árabe não tivesse “sido um pedido para que o Exército Islâmico venha ao Brasil“. Em resposta, Gleisi classificou as críticas de Ana Amélia como “ignorância, xenofobia e má-fé”. Mais recentemente, Amélia posou ao lado do líder do MBL (Movimento Brasil Livre) Kim Kataguiri. A senadora também é próxima do setor rural e defende agenda municipalista.

  • CHRISTIAN LOHBAUER, vice-candidato na chapa de João Amoêdo (NOVO)
Christian Lohbauer (NOVO) | Foto: Reprodução Jornal da Cultura/TV Cultura
Christian Lohbauer (NOVO) | Foto: Reprodução Jornal da Cultura/TV Cultura

Christian Lohbauer nasceu em janeiro de 1967. Sua carreira é marcada por atuação acadêmica e em associações. É Mestre e Doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP). Segundo o Currículo Lattes do candidato, antes de realizar a pós-graduação, Lohbauer graduou-se em Comunicação Social pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, em 1989. Desde 1998 é professor de Relações Internacionais. Também atuou como gerente de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP e foi Secretário Adjunto de Relações Internacionais do Município de São Paulo/SP. Foi Diretor Executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos e presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Em 2013, tornou-se Diretor de Assuntos Corporativos e Governamentais da Bayer.

Antes de ser oficializado candidato a vice-presidente na chapa de João Amoêdo (Novo), colocou-se como pré-candidato ao Senado por São Paulo, também pelo partido NOVO. Em recente debate na Universidade de Brasília (UnB), defendeu reforma da Previdência e sugeriu que o FGTS ( Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) passe a ser opcional. “Você deveria ter acesso à riqueza que você produz. Que você possa pegar o dinheiro que é seu e faça (sic) o que quiser“, afirmou o candidato, segundo matéria do jornal O Estado de S. Paulo. Lohbauer defende uma reforma do Estadosob o risco de o Brasil quebrar antes de 2023“.

  • EDUARDO JORGE (PV), vice-candidato de Marina Silva (Rede)
Eduardo Jorge (PV) | Imagem: Reprodução
Eduardo Jorge (PV) | Imagem: Reprodução

Marina Silva (Rede) buscou como candidato a vice-presidente Maurício Rands, filiado ao PROS, partido que optou por realizar coligação com o PT na disputa presidencial. Por um momento, a candidata pensou que teria como única saída a realização de uma “chapa pura“, tendo filiados de seu próprio partido como candidatos a presidente e vice-presidente. Nisto, a Rede Sustentabilidade cogitou nomes como o do presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, do economista Ricardo Paes de Barros, considerado um dos “pais” do Bolsa Família, e do ator Marcos Palmeira para o cargo de vice. Porém, no último dia 02/08, o presidente nacional do Partido Verde, José Luiz Penna, confirmou que o PV apoiará Marina Silva nas eleições de 2018 (vale lembrar que a própria candidata disputou sua primeira eleição presidencial, em 2010, por este partido). Com a formação da aliança, Eduardo Jorge (PV) foi oficializado como candidato a vice-presidente.

Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho nasceu em Salvador, em outubro de 1949. Estudou Medicina na Universidade Federal da Paraíba e se especializou em Medicina Preventiva e Saúde Pública pela USP. Militou no Partido Comunista Brasileiro Revolucionário, uma dissidência do PCB, durante a ditadura militar. Em entrevista em vídeo concedida a Bruno Torturra em 2014, o médico sanitarista afirmou que “continua sendo socialista, portanto, de esquerda“. Todavia, Eduardo Jorge disse que hoje “acredita que a democracia é uma questão essencial“, algo que não considerava em seus tempos de movimento estudantil, quando fazia parte de um grupo que era “contra a ditadura militar mas a favor da ditadura do proletariado“.

Em 1980, Jorge ajudou a fundar o PT, partido no qual foi eleito deputado estadual e deputado federal. Em seu último mandato para deputado federal por São Paulo, em 1998, elegeu-se com 60.995 votos. Assim como Marina Silva, deixou o PT em 2003. Desde então, é filiado ao Partido Verde, legenda na qual disputou a Presidência da República em 2014 (quatro anos depois do PV lançar Marina), terminando em quinto lugar, com 236.704 votos. Além dos cargos eletivos, também atuou como Secretário Municipal de Saúde em São Paulo nas gestões Luiza Erundina e Marta Suplicy (PT). Entre 2005 e 2012, assumiu a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente nas gestões de José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (eleito pelo DEM).

  • FERNANDO HADDAD (PT) ou MANUELA D’ÁVILLA (PCdoB), possíveis vice-candidatos na chapa de Lula (PT)

Na noite do dia 05/08, o Partido dos Trabalhadores anunciou o ex-prefeito de São Paulo/SP Fernando Haddad como candidato a vice-presidente na chapa de Lula, que mesmo preso tenta registrar sua candidatura para a Presidência da República. No dia 06/08, o site de Lula divulgou a nota “PT e PCdoB aprovam Lula, Haddad e Manuela“. Segundo a nota, Haddad, que já estava atuando como coordenador de plano de governo, “será o porta-voz de Lula até o trâmite final da homologação da candidatura Lula na Justiça Eleitoral“.

Ainda sem saber se a chapa com Lula será deferida pelo TSE, o PT já aponta uma possível substituição para o posto de vice. Prossegue a nota: “Concluída essa etapa, a ex-deputada Manuela Davila (sic) assumirá a posição de vice na chapa, por indicação do PCdoB, que aprovou, também ontem, uma coligação nacional com o PT“. No dia 01/08, Manuela D’Ávila havia tido sua candidatura própria à Presidência da República confirmada em convenção do PCdoB. Esta condição quebraria parceria histórica do partido com o PT, que foi apoiado pelo PCdoB em eleições presidenciais desde a primeira disputa de Lula, em 1989.

Manuela D’Ávila, quando candidata própria à presidente, chegou até mesmo a definir o sindicalista Adilson Araújo como seu vice na disputa. Um dia depois, porém, o PT anunciou que o PCdoB estará presente na coligação nacional do PT, com possibilidade de Manuela vir a assumir a posição de candidata a vice-presidente. Ainda com trâmites na Justiça Eleitoral que irão definir se Lula poderá ou não registrar sua candidatura (o prazo para registro termina no dia 15/08) e disputar as eleições de 2018, a candidatura do PT trabalha com estes dois nomes como opções para o cargo de vice-presidente:

Fernando Haddad (PT) | Foto: Secom/Prefeitura de São Paulo-SP
Fernando Haddad (PT) | Foto: Secom/Prefeitura de São Paulo-SP

Fernando Haddad nasceu em janeiro de 1963 e formou-se Bacharel em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), especializando-se em Direito Civil. Haddad também é Mestre em Economia e Doutor em Filosofia. Também foi professor de Teoria Política Contemporânea na USP. Filiou-se ao PT em 1983. Foi subsecretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico em São Paulo durante a gestão Marta Suplicy. Trabalhou como assessor especial do Ministério do Planejamento e Finanças na gestão Guido Mantega (2003-2004). Foi convidado para ser secretário-executivo na pasta da Educação, onde mais tarde tornou-se Ministro. Em 2012, elegeu-se prefeito de São Paulo/SP, com 1.776.317 votos no primeiro turno e 3.387.720 no segundo. Em 2016, conquistou 967.190 sufrágios e não se reelegeu.

Manuela D'Ávilla (PCdoB) |  Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Manuela D’Ávilla (PCdoB) | Foto: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Manuela Pinto Vieira D’Ávila, por sua vez, nasceu em agosto de 1981 e formou-se em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Em 1999, integrou a União da Juventude Socialista (UJS). Dois anos depois, filiou-se ao PCdoB, partido na qual se mantém fiel até hoje. Também foi vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em 2004, aos 23 anos de idade, elegeu-se vereadora em Porto Alegre/RS, com 9.498 votos. Em 2006, tornou-se a deputada federal mais votada do Rio Grande do Sul, com 271.939 votos. Em 2008, disputou a prefeitura de Porto Alegre, terminando em terceiro lugar com 121.232 votos. Em 2010, reelegeu-se deputada federal com expressivos 482.590 votos. Nas eleições municipais de 2012, Manuela D’Ávila disputou novamente a prefeitura de Porto Alegre/RS, terminando em segundo lugar, com 141.073 votos. Em 2014, foi eleita a deputada estadual mais votada do Rio Grande do Sul, com 222.436 votos. Em 2018, anunciou-se como candidata a Presidente da República, porém veio a participar de coligação formada com o PT, de modo que poderá ocupar o cargo de candidata a vice-presidente.

  • HAMILTON MOURÃO (PRTB), vice-candidato na chapa de Jair Bolsonaro (PSL)
General Hamilton Mourão (PRTB) | Foto: Divulgação
General Hamilton Mourão (PRTB) | Foto: Divulgação

Como mostramos em texto anterior, o candidato do PSL obteve muita dificuldade em conseguir um vice para sua chapa, com recusas de diversos candidatos e partidos. A lista inclui Magno Malta (PR), General Augusto Heleno (PRP), Janaína Paschoal (PSL) e até mesmo Luiz Philippe de Orleans e Bragança, sobrinho do príncipe Dom Luís Gastão de Orléans e Bragança, atual chefe da Casa Imperial do Brasil. Em 05/08, último dia para a realização de convenções partidárias que confirmaram os candidatos escolhidos para o pleito de 2018, porém, foi definido que o vice de Jair Bolsonaro será o General Hamilton Mourão (PRTB). Dois dias antes, o presidenciável havia dito que seu partido não realizaria coligação, o que caiu por terra após a aliança com o PRTB.

Antonio Hamilton Martins Mourão nasceu em agosto de 1953 e fez carreira militar, alcançando o posto de general no Exército Brasileiro. Em setembro de 2017, em palestra realizada na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília, Mourão gerou polêmica e ficou nacionalmente conhecido ao mencionar três vezes a possibilidade de intervenção militar no Brasil, segundo noticiou o Estado de S. Paulo e outros jornais à época. Segundo o militar, “ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós [militares] teremos que impor isso“. O general afirmou que “os [Três] Poderes terão que buscar uma solução, se não conseguirem, chegará a hora em que teremos que impor uma solução… e essa imposição não será fácil, ela trará problemas“.

Posteriormente, apesar de ser nitidamente pró-intervenção, Mourão disse que não estava “pregando intervenção militar“. Disse ainda que falava em seu nome, e não no do Exército. O comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, discordou dos anseios de Mourão, afirmando que “não há qualquer possibilidade de intervenção militar“. Villas Bôas disse que o emprego das Forças Armadas deve ocorrer “sempre por iniciativa de um dos Poderes“.

Em dezembro de 2017, após realizar críticas ao governo Temer, o general Hamilton Mourão foi afastado do cargo de Secretário de Economia e Finanças do Comando do Exército. Hoje, ele é um general da reserva, entusiasta da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), outro militar, da qual veio a se tornar vice. Com esta indicação, o PRTB coligou-se ao PSL e teve que retirar a pré-candidatura de Levy Fidelix ao Palácio do Planalto.

  • GERMANO RIGOTTO, vice-candidato de Henrique Meirelles (MDB)
Germano Rigotto (MDB) | Foto: Divulgação
Germano Rigotto (MDB) | Foto: Divulgação

Com a decisão de lançar candidato próprio à Presidência da República em 2018 – algo que não acontecia desde 1994, quando o PMDB lançou Orestes Quércia e ficou em quarto lugar, com 2.772.121 votos -, o agora MDB confirmou a candidatura de Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda de Michel Temer. Ao lançar candidato próprio, o partido que atualmente comanda o Palácio do Planalto e enfrenta altíssima rejeição sob a figura de Temer ficou praticamente isolado na disputa. Com apoio do nanico PHS, que conta com quatro deputados federais, Meirelles optou por formar uma “chapa pura”, alçando um candidato do próprio MDB para o posto de vice-presidente.

O escolhido foi Germano Rigotto. Nascido em setembro de 1949, antes de se tornar mais um candidato sulista a pleitear a vice-presidência da República, Germano Antônio Rigotto cursou Odontologia e Direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Iniciou sua vida pública em 1976, quando foi eleito vereador em Caxias do Sul/RS. Por este estado, foi deputado estadual e deputado federal. Sempre fiel ao PMDB, foi eleito governador do Rio Grande do Sul em 2002, com 2.426.880 votos no primeiro turno e 3.148.788 no segundo. Contudo, sentindo na pele a “maldição do incumbent“, na qual governadores do Rio Grande do Sul não conseguem se reeleger, Rigotto ficou em terceiro lugar na disputa seguinte, em 2006, com 1.679.902 votos. Em 2010, disputou no RS o cargo de Senador. Recebeu 2.445.881 votos e não se elegeu. Naquele pleito, foram eleitos Ana Amélia (PP), hoje candidata à vice na chapa de Alckmin, e Paulo Paim (PT).

Segundo o site Poder360, o senador Romero Jucá, presidente do MDB, negou que a escolha de Rigotto como vice de Meirelles tenha sido consequência da escolha de Ana Amélia para a chapa de Alckmin. Antes de formalizar Rigotto como vice-candidato, o MDB pensou no nome da senadora Marta Suplicy. Esta, porém, pediu desfiliação do partido, abriu mão de disputar a reeleição para o Senado e anunciou estar deixando a vida pública.

  • HELVIO COSTA, vice-candidato na chapa de Eymael (DC)
Helvio Costa (DC) | Foto: Luiz Nicolela/O São Gonçalo
Helvio Costa (DC) | Foto: Luiz Nicolela/O São Gonçalo

O PSDC – Partido Social Democrata Cristão mudou recentemente sua sigla para DC – Democracia Cristã. O candidato à Presidência da República lançado pela legenda, contudo, é o mesmo de sempre: José Maria Eymael, que disputou o pleito em 1998, 2006, 2010 e 2014. O vice-candidato na chapa deste ano é Helvio Costa.

Antes de candidatar-se a vice, o professor universitário e pastor da Assembleia de Deus lançou-se pré-candidato ao Senado pelo estado do Rio de Janeiro. Segundo o jornal O São Gonçalo, Hélvio é gestor de Teologia na Universidade Salgado de Oliveira (Universo) e concorre a um cargo político pela primeira vez.

O candidato afirmou ao jornal que “ser professor é crucial para isso: ensinar ao cidadão a respeito de seus direitos. Me vejo como alternativa por saber que o diálogo é o caminho […] Se o aluno tem muito a ensinar, a população pode ainda mais“. No dia 28/07, foi oficializado não como candidato a Senador, mas como vice de Eymael, com anúncio feito na convenção do partido DC realizada em São Paulo.

  • HERTZ DIAS, vice-candidato na chapa de Vera Lúcia (PSTU)
Hertz Dias (PSTU) | Foto: Reprodução/Youtube
Hertz Dias (PSTU) | Foto: Reprodução/Youtube

O PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) lançou Vera Lúcia como candidata à Presidência da República, tendo Hertz Dias como candidato a vice. Hertz da Conceição Dias nasceu em outubro de 1970, em São José de Ribamar/MA. É militante socialista do Movimento Negro, fundador do Movimento Hip-Hop Quilombo Urbano no Maranhão e do Movimento Hip-Hop Nacional Quilombo Brasil. Também é rapper do grupo Gíria Vermelha, que compõe canções de protesto.

Segundo página de doações à candidatura do PSTU, Hertz “vem sempre denunciando que a democracia racial no Brasil não passa de uma grande farsa“. Hertz Dias tem experiência como candidato a vice, uma vez que foi candidato a vice-governador no estado do Maranhão em 2010, também pelo PSTU, na chapa do candidato Marcos Silva, que conquistou 14.685 votos e ficou em quarto lugar.

Em entrevista ao portal Esquerda Diário, Hertz Dias afirmou em 2015 que a falta de um ideal que acolha os negros politicamente acaba abrindo as portas para a criminalidade: “[…] no Maranhão, as facções criminosas chegaram há pouco tempo. Os ‘caras’ já estão arregimentando 20 mil pessoas. Então a negrada está sendo atacada e precisa de algum lugar pra se refugiar politicamente, e se não encontra, vai pra esse tipo de organização que às vezes acaba contribuindo também para a intensificação do extermínio e do que nós chamamos que é de guerra interna dentro da própria periferia“.

  • KÁTIA ABREU, vice-candidata na chapa de Ciro Gomes (PDT)
Kátia Abreu (PDT) | Foto: G1 Tocantins
Kátia Abreu (PDT) | Foto: G1 Tocantins

Após ser isolado da disputa presidencial devido à estratégia do PT que deixou o PSB neutro na disputa em 2018 (evitando assim a formalização de aliança com Ciro Gomes), além da recusa dos partidos do Centrão, que optaram em bloco por realizar coligação não com Ciro, mas com Geraldo Alckmin, do PSDB, o cearense praticamente ficou sem partidos coligados em sua disputa presidencial. Aos quarenta e cinco do segundo tempo, ganhou o apoio do AVANTE, antigo PTdoB, partido que atualmente conta com cinco deputados federais. Em 2002, quando disputou a Presidência pelo PPS, Ciro contava com apoios mais expressivos: PPS, PTB e PDT. Para 2018, escolheu formar uma “chapa pura“, com dois candidatos do mesmo partido, o PDT.

A senadora Kátia Abreu aceitou no dia 05/08 o convite de Ciro Gomes para ser candidata a vice em sua chapa. Nascida em fevereiro de 1962, Kátia Regina de Abreu formou-se em Psicologia na Universidade Católica de Goiás (UCG), tornando-se pecuarista após o falecimento de seu marido. Presidiu a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e foi a primeira mulher a presidir a Bancada Ruralista no Congresso Nacional. Em 1995, filiou-se ao Partido Progressista Brasileiro (PPB), hoje PP, migrando para o PFL (hoje DEM) em 1998, ano em que obteve uma suplência de deputada federal pelo estado do Tocantins.

Na eleição seguinte, em 2002, foi a candidata a deputada federal mais votada deste estado, com 76.170 votos. Em 2006, foi eleita senadora, com 325.051 votos, reelegendo-se em 2014 (agora filiada ao PMDB), com 282.052 votos. Antes de disputar a reeleição pelo PMDB, também esteve filiada ao PSD. Apesar de atuar na oposição durante o governo Lula (PT), Kátia Abreu veio a aproximar-se de Dilma Rousseff (PT), de quem foi Ministra da Agricultura. Atuou contra o impeachment de Dilma e fez constantes críticas ao governo de Michel Temer, vindo a ser expulsa do PMDB (hoje MDB) em novembro de 2017.

Em 2018, a senadora, que até então havia passado por legendas de centro e de direita, filiou-se a um partido de esquerda, o PDT. Em Eleição Suplementar, disputou o Governo do Tocantins em 2018. Recebeu 90.033 votos e ficou em quarto lugar no 1º turno. Ao ser confirmada como candidata a vice-presidente na chapa de Ciro Gomes, em evento no dia 06/08, Kátia Abreu afirmou que será uma “vice disciplinada“, a exemplo de Marco Maciel (PFL), que foi vice de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e ficou conhecido por estilo discreto. Ao lado da candidata, Ciro Gomes (PDT) afirmou que a trajetória de Kátia Abreuajuda a defender o Brasil, resistindo contra o avanço das forças do golpe“.

  • LÉO ALVES, vice-candidato na chapa de João Goulart Filho (PPL)
Léo da Silva Alves (PPL) | Foto: Caderno7
Léo da Silva Alves (PPL) | Foto: Caderno7

Em convenção nacional realizada no dia 05/08, o PPL (Partido Pátria Livre) oficializou o filho do ex-presidente João Goulart como candidato a presidente. Compondo sua chapa, Léo Alves foi indicado para o cargo de vice-presidente.

Segundo matéria do Jornal de Brasília, Leonardo Alves da Silva é advogado e jurista, além de liderar o Movimento Cívico Nacional e ser professor da Universidade Católica de Brasília. O site do PPL acrescenta ainda que Léo Alves, como é conhecido, foi procurador federal e consultor do Congresso Nacional. Atualmente, além de lecionar na universidade, é escritor e professor-visitante de Escolas de Governo, Escolas de Magistratura, Escolas de Contas e Academias de Polícia em 21 Estados.

Em seu discurso na convenção que formalizou a candidatura de João Goulart Filho (PPL), Leó Alves afirmou que sua chapa irá “construir um túnel para comunicar a esperança com o povo brasileiro que está separado dela por uma montanha de mentiras e de políticos corruptos“.

  • PAULO RABELLO DE CASTRO (PSC), vice-candidato de Álvaro Dias (Podemos)
Paulo Rabello de Castro (PSC) | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Paulo Rabello de Castro (PSC) | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Inicialmente, Paulo Rabello de Castro colocou-se como pré-candidato à Presidência da República pelo Partido Social Cristão. No dia 20 de julho, em convenção nacional do deste partido, foi oficializado como candidato ao Planalto. Pastor Everaldo, que disputou o cargo pela sigla em 2014, afirmou ao site Poder360 que o PSC estava apresentando “à sociedade não apenas um nome, mas um projeto de Brasil“. Contudo, no dia 01/08, o economista anunciou que desistiu de concorrer, passando a ser candidato a vice-presidente na chapa de Álvaro Dias (Podemos). Ao oficializar sua entrada na disputa como candidato a vice, Rabello declarou estar “dando o primeiro passo para acabar com a picaretagem na política brasileira“.

Nascido em janeiro de 1949, Paulo Rabello de Castro é formado em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Obteve os títulos de Mestre e Doutor em Economia pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. No Brasil, presidiu o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). No dia 28/03, devido ao calendário eleitoral, como já visava ser candidato, pediu demissão do BNDES.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Rabello endereçou carta a Michel Temer, na qual afirmava: “Penso em me engajar politicamente, sempre contando com seu consentimento e apoio“. Na carta, o economista teria feito elogios ao governo Temer e mencionado a Ponte para o Futuro, programa de diretrizes econômicas lançadas por Michel Temer.

  • SÔNIA GUAJAJARA, vice-candidata na chapa de Guilherme Boulos (PSOL)
Sônia Guajajara (PSOL) | Foto: Valdemir Barreto/Agência Senado
Sônia Guajajara (PSOL) | Foto: Valdemir Barreto/Agência Senado

O PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) se antecipou e foi o primeiro partido a registrar junto ao TSE sua candidatura presidencial, que já consta disponível no sistema DivulgaCand2018, cuja função é divulgar todas as candidaturas e prestações de contas eleitorais. Compondo a coligação “Vamos sem medo de mudar o Brasil“, composta por PSOL e PCB, Guilherme Boulos apresenta como candidata a vice-presidente em sua chapa Sônia Guajajara, filiada ao próprio PSOL.

Segundo o registro, Sônia nasceu em Amarante do Maranhão/MA, sendo desta maneira outra maranhense a disputar o cargo de vice-presidente (como Hertz Dias, do PSTU). Sonia Bone de Souza Silva Santos, segundo página da TV Brasil dedicada à sérieBrasil Migrante“, nasceu em 1974 no povoado Campo Formoso, vizinho da Terra Indígena Araribóia, no já mencionado município de Amarante do Maranhão. Formou-se em Letras e Enfermagem, especializando-se em Educação Especial pela Universidade Estadual do Maranhão. Ocupou cargos de liderança e chefia em algumas ONGs, normalmente como militante. Pela COAPIMA – Coordenação das Organizações e Articulação dos Povos Indígenas do Maranhão, visitou todos os povos indígenas deste estado.

Indígena da etnia guajajara, que adotou em seu nome de urna, Sônia se apresenta no registro de sua candidatura junto ao TSE como professora de Ensino Médio. Em 2017, a cantora Alicia Keys cedeu espaço no palco principal do Rock In Rio para Sônia Guajajara discursar a favor da demarcação de terras na Amazônia. Segundo noticiou o UOL à época, durante o show de Alicia Keys a líder indígena Sônia Guajajara defendeu causas indígenas para cerca de 100 mil pessoas e ouviu da multidão que a assistia gritos de “Fora, Temer”.

  • SUELENE BALDUÍNO, vice-candidata na chapa de Cabo Daciolo (PATRI)
Suelene Balduino Nascimento (PATRI) | Foto: Adriano Oliveira/G1
Suelene Balduino Nascimento (PATRI) | Foto: Adriano Oliveira/G1

O PEN – Partido Ecológico Nacional disputará as eleições de 2018 sob um novo nome e sigla: Patriota (PATRI). Em convenção nacional realizada no dia 04/08, confirmou a escolha de Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, conhecido como Cabo Daciolo (ex-PSOL), para o cargo de candidato à Presidência da República. Em mais uma “chapa pura“, a candidata a vice-presidente na chapa do partido Patriota também pertence a este partido.

Trata-se de Suelene Balduíno Nascimento. Segundo o portal de notícias Gazeta Web, Suelene é pedagoga, tem 23 anos de experiência e atua na rede pública de ensino do Distrito Federal. A página da candidata no LinkedIn revela que sua formação acadêmica inclui um Bacharelado em Pedagogia pelo UniCEUB – Centro Universitário de Brasília e um Bacharelado em Direito pelo Centro Universitário IESB.

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