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A Casa Vermelha, onde o massacre palestino começou

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Ilan Pappé – Historiador israelense resgata a limpeza étnica cometida contra os árabes, em 1948. Ele afirma: recuperar este episódio ocultado é, além de um dever moral, a única esperança de paz

Não estamos de luto pela despedida.
Não temos o tempo nem as lágrimas.
Não compreendemos o momento de despedida.
Ora, é a Despedida. E nós ficamos com as lágrimas
Taha Muhammad Ali (1988), um refugiado da vila de Saffuriyya

“Eu sou pela transferência compulsória;
não vejo nada imoral nela.”
David Ben-Gurion em reunião do Executivo da Agência Judaica, junho 1938

O texto a seguir é o prefácio de A Limpeza Étnica da Palestina, livro em que o historiador israelense Ilan Pappé as brutalidades cometidas por seu país, em 1948 – e como elas geraram um conflito que perdura até hoje

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A “Casa Vermelha” era uma típica construção do início de Tel-Aviv. Orgulho dos construtores e artesãos judeus que trabalharam nela nos anos 1920, foi projetada para sediar o escritório central do conselho local dos trabalhadores. Permaneceu como tal até que, em fins de 1947, tornou-se o quartel-general da Haganá, a principal milícia clandestina sionista na Palestina. Situada na Rua Yarkon, perto do mar, na região norte de Tel-Aviv, a construção compunha mais uma bela adição à primeira cidade “hebraica” no Mediterrâneo, a “Cidade Branca”, como seus literatos e seus doutores chamavam-na carinhosamente. Pois naquela época, à diferença de hoje, a brancura imaculada de suas casas ainda banhava a cidade inteira naquela intensa alvura, tão típica das cidades portuárias do Mediterrâneo daquela era e região.

Era um alento para olhos cansados, em sua mistura elegante de motivos Bauhaus com arquitetura palestina, uma mistura que se chamava “levantina”, sem nenhum sentido depreciativo. Assim também era a “Casa Vermelha”, com sua forma retangular simples agraciada com arcos frontais que emolduravam a entrada e apoiavam as sacadas em seus dois pisos superiores. Fora sua associação com um movimento de trabalhadores que lhe conferiu o apelido “vermelha”, ou talvez devido ao tom rosado que lhe dava o pôr do sol. A primeira razão deve ser a mais adequada, uma vez que o edifício continuou a ser associado à versão sionista de socialismo quando, em 1970, tornou-se o escritório central do movimento kibbutzim de Israel. Casas como esta, importantes reminiscências históricas do período do Mandato, motivaram, em 2003, a declaração de Tel-Aviv como um patrimônio mundial pela Unesco .

Hoje a casa não está mais lá, vítima do progresso que pôs abaixo essa relíquia arquitetônica para abrir espaço a uma garagem de automóveis ao lado do hotel Sheraton. Portanto, nessa rua também não existe traço da “Cidade Branca”, que aos poucos foi sendo desfigurada na metrópole agigantada, extravagante e poluída que é a Tel-Aviv moderna. Nesse edifício, à tarde de uma fria quarta-feira, 10 de março de 1948, um grupo de 11 homens, dirigentes veteranos do sionismo e jovens oficiais militares judeus, deu os últimos retoques a um plano de limpeza étnica da Palestina. Na mesma noite, ordens militares foram expedidas para as unidades espalhadas pelo território, para que se preparassem à expulsão sistemática dos palestinos de vastas regiões do país. As ordens vinham com uma descrição detalhada dos métodos a empregar para despejar à força as pessoas: intimidação em grande escala; sitiar e bombardear vilarejos e centros populacionais; atear fogo a casas, propriedades e bens; expulsar; demolir; e, finalmente, depositar minas entre os escombros para impedir o retorno de qualquer um dos habitantes expulsos.

Cada unidade foi escalada para uma lista de vilarejos e bairros, como parte dos alvos desse plano mestre. Chamado de Plano D (Dalet em hebraico), foi a quarta e última versão de planos menos substanciais que traçavam o destino que os sionistas guardavam para a Palestina e, consequentemente, para sua população nativa. Os três esquemas prévios articularam de forma apenas obscura a maneira com que a direção sionista pensava em lidar com a presença de tantos palestinos vivendo na terra que o movimento nacionalista judeu cobiçava para si. Essa quarta e última planta pronunciava de maneira clara e sem ambiguidades: os palestinos tinham de ir-se. Nas palavras de um dos primeiros historiadores que notaram a importância desse plano, Simcha Flapan: “A campanha militar contra os árabes, incluindo a ‘conquista e destruição das áreas rurais’, foi encetada pelo Plano Dalet da Haganá.”

O objetivo do plano era de fato a destruição tanto das áreas rurais quanto urbanas da Palestina. Como os primeiros capítulos tentarão mostrar, esse plano era um produto inevitável do impulso ideológico sionista a ter uma presença exclusivamente judaica na Palestina, bem como uma reação às decorrências no terreno depois que o gabinete inglês decidiu terminar o Mandato. Confrontos com milícias locais palestinas forneceram o contexto e pretexto perfeitos para a implementação da visão ideológica de uma Palestina com pureza étnica. A política sionista foi embasada, em primeiro lugar, na represália contra ataques palestinos em fevereiro de 1947, transformando-se em uma iniciativa para limpar etnicamente a totalidade do país em março de 1948. Uma vez tomada a decisão, levou seis meses para completar a missão. Quando terminou, mais da metade da população nativa palestina, o que significava cerca de 800 mil pessoas, foi desalojada, 531 vilarejos, destruídos e 11 bairros urbanos, esvaziados de seus habitantes.

O plano assentado em 10 de março de 1948 e, sobretudo, sua implementação sistemática nos meses seguintes são um caso claro de uma operação de limpeza étnica, o que o direito internacional, hoje, considera um crime contra a humanidade. Após o Holocausto, tornou-se quase impossível ocultar crimes de grande escala contra a humanidade. Nosso mundo voltado para a comunicação, especialmente após a explosão da mídia eletrônica, não permite mais que as catástrofes promovidas pelos seres humanos permaneçam escondidas do olhar público, ou que sejam negadas. No entanto, um desses crimes foi apagado da memória pública do mundo: o despovoamento dos palestinos por Israel em 1948. Sendo o acontecimento mais determinante da história moderna da terra palestina, ele tem sido sistematicamente negado, e até hoje não é admitido como um fato histórico, para não falar de crime que precisa ser enfrentado tanto política quanto moralmente.

A limpeza étnica é um crime contra a humanidade, e as pessoas que o perpetram hoje são consideradas criminosas a serem levadas a cortes especiais. Pode ser difícil, na esfera legal, decidir como denunciar ou lidar com aqueles que iniciaram e perpetuaram a limpeza étnica na Palestina em 1948, mas é possível reconstruir seus crimes e chegar a um relato historiográfico que se mostrará mais preciso do que os realizados até o momento, bem como a uma posição moral mais íntegra. Nós sabemos os nomes das pessoas que se sentaram naquela sala no último andar da Casa Vermelha, sob cartazes de estilo marxista com slogans como “Irmãos em armas” e “O punho de aço”, que mostravam judeus “novos” – musculosos, saudáveis e bronzeados – apontando seus rifles por detrás de barreiras protetoras na “brava luta” contra os “invasores árabes hostis”. Também sabemos os nomes dos oficiais graduados que receberam as ordens e executaram-nas no terreno. Todos são figuras familiares no panteão de heróis israelenses. Há não muito tempo, todos ainda viviam, e exerciam papéis centrais na política e sociedade israelenses; alguns poucos ainda estão entre nós.

Para os palestinos, e para todos os que se recusaram a comprar a narrativa sionista, já estava claro muito antes da escrita deste livro que essas pessoas perpetraram crimes, mas efetivamente esquivaram-se da justiça e provavelmente nunca serão julgadas por suas ações. Além do trauma, a forma mais profunda de frustração que os palestinos têm experimentado é perceber que os atos criminosos pelos quais esses homens foram responsáveis têm sido inteiramente negados, e que o sofrimento palestino tem sido totalmente ignorado. Aproximadamente 30 anos atrás, as vítimas da limpeza étnica começaram a remendar a representação histórica que a narrativa oficial israelense sobre 1948 tanto fizera para encobrir e distorcer. A fábula que Israel engendrou falava de uma maciça “transferência voluntária” de centenas de milhares de palestinos que decidiram abandonar temporariamente seus lares e vilarejos para abrir caminho aos exércitos árabes que invadiam aquela terra, dispostos a destruir o tenro estado judeu.

Coletando memórias autênticas e documentos sobre o que acontecera a seu povo, nos anos 1970 os historiadores palestinos, com Walid Khalidi à sua frente, foram capazes de recuperar uma parte significativa do quadro que Israel tentara apagar. Mas logo foram eclipsados por publicações como Genesis 1948, de Dan Kurzman, que apareceu em 1970 e de novo em 1992 (agora com uma introdução por um dos executores da limpeza étnica da Palestina, Yitzhak Rabin, então primeiro-ministro israelense). No entanto, houve também alguns que vieram em apoio ao empreendimento palestino, como Michael Palumbo, cujo The Palestinian Catastrophe, publicado em 1987, validava a versão palestina dos acontecimentos de 1948, com a ajuda de documentos da ONU e entrevistas com refugiados e exilados palestinos, cuja memória do que tiveram de suportar durante a Nakba mostrava-se ainda assustadoramente vívida.

Nos anos 1980, poderíamos ter dado um salto político na batalha pela memória da Palestina, com a entrada em cena da chamada “nova história” em Israel. Foi uma tentativa, por parte de um pequeno grupo de historiadores israelenses, de revisar a narrativa sionista da guerra de 1948. Eu era um deles. Mas nós, os novos historiadores, nunca contribuímos significativamente para a luta contra a negação da Nakba, pois nos furtamos à questão da limpeza étnica e, da forma habitual a historiadores diplomáticos, nos apegamos aos detalhes. Não obstante, ao usar primordialmente os arquivos militares israelenses, os historiadores revisionistas israelenses de fato conseguiram mostrar quão falsa e absurda era a alegação israelense que os palestinos haviam saído por “vontade própria”. Foram capazes de confirmar muitos casos de expulsões maciças dos vilarejos e cidades e revelaram que as forças judias haviam cometido um número considerável de atrocidades, incluindo massacres.

Uma das pessoas mais conhecidas que escreveram sobre o assunto é o historiador Benny Morris. Por se apoiar exclusivamente em documentos dos arquivos militares israelenses, Morris chegou a um quadro muito parcial do que acontecera no terreno. Ainda assim, era o suficiente para alguns dos leitores israelenses compreenderem que a “fuga voluntária” dos palestinos era um mito, e que a autorrepresentação de Israel em uma guerra “moral”, em 1948, contra um mundo árabe hostil e “primitivo” estava consideravelmente falha, e possivelmente já falida. O quadro era parcial porque Morris tomou os relatórios militares encontrados nos arquivos por seu valor de face e até mesmo como verdade absoluta. Assim, ignorou atrocidades como o envenenamento com tifo das fontes de água de Acre, os numerosos casos de estupro e as dúzias de massacres perpetrados por judeus. Ele também continuou insistindo – equivocadamente – de que antes de 15 de maio de 1948 não houve despejos à força. As fontes palestinas mostram claramente como, meses antes da entrada das forças árabes na Palestina, e enquanto os ingleses ainda eram os responsáveis pela lei e ordem no país – mais especificamente, até 15 de maio –, as forças judias tinham já conseguido expulsar à força quase um quarto de milhão de palestinos.

Tivessem Morris e outros usado fontes árabes ou empregado a história oral, provavelmente poderiam obter uma compreensão melhor do planejamento sistemático por trás da expulsão dos palestinos em 1948, e assim teriam oferecido uma descrição mais fiel da enormidade dos crimes cometidos pelos soldados israelenses. Naquele tempo e ainda agora, há a necessidade, tanto histórica quanto política, de ir além de descrições tais como as encontradas em Morris, não apenas para completar o quadro (com efeito, dar a segunda metade dele), mas também – e muito mais importante – porque não há outra forma de compreender as raízes do conflito israelo-palestino contemporâneo. Mas, sobretudo, obviamente há um imperativo moral para continuar a luta contra a negação do crime.

O ímpeto de ir além já foi disparado por outros. De forma previsível, dadas as suas contribuições significativas à luta contra a negação, a obra mais importante foi o livro seminal de Walid Khalidi, All That Remains. É um almanaque dos vilarejos destruídos, ainda um guia essencial para qualquer pessoa que deseje compreender a enormidade da catástrofe de 1948. Poder-se-ia sugerir que essa parcela já exposta da história deveria ser suficiente para levantar questões perturbadoras. Contudo, a narrativa da “nova história” e as adições historiográficas recentes de palestinos como que fracassaram em entrar para a esfera pública da consciência moral e da ação.

Neste livro, quero explorar tanto o mecanismo da limpeza étnica de 1948 quanto o sistema cognitivo que permitiu ao mundo esquecer – e aos perpetradores negarem – o crime que o movimento sionista cometeu contra o povo palestino em 1948. Em outras palavras, quero defender o uso do paradigma da limpeza étnica, usando para substituir o paradigma da guerra como base para a pesquisa acadêmica e o debate público sobre 1948. Não tenho dúvidas de que a ausência prolongada do paradigma da limpeza étnica é parte do motivo que possibilitou a negação da catástrofe persistir por tanto tempo. Quando criou seu Estado-nação, o movimento sionista não travou uma guerra que “trágica, mas inevitavelmente” levou à expulsão de “partes” da população nativa, ao contrário: o objetivo principal era a limpeza étnica de toda a Palestina, que o movimento cobiçava para seu novo estado.

Algumas poucas semanas após começarem as operações de limpeza étnica, os estados árabes enviaram um pequeno exército – pequeno em comparação com seu poderio militar de conjunto – para tentar impedir a limpeza étnica, em vão. A guerra com os exércitos árabes regulares não deteve as operações de limpeza étnica até sua conclusão bem-sucedida no outono de 1948. Para alguns, esta abordagem – o emprego do paradigma da limpeza étnica como uma base a priori para a narrativa de 1948 – pode parecer uma condenação desde o início. Em muitos sentidos, é de fato meu próprio J’Accuse contra os políticos que projetaram a limpeza étnica e os generais que a perpetraram. Contudo, quando menciono seus nomes, não o faço por querer vê-los sendo levados a julgamento póstumo, mas para humanizar os perpetradores, bem como as vítimas: eu quero impedir que os crimes cometidos por Israel sejam atribuídos a causas evasivas como “as circunstâncias”, “o exército” ou, como quer Morris, “à la guerre comme à la guerre”, e outras referências similares que desencarregam estados soberanos e permitem a indivíduos escaparem da justiça.

Eu acuso, mas sou também parte da sociedade que está sendo condenada neste livro. Tanto me sinto responsável pelo acontecido quanto sou parte deles e, como outros em minha própria sociedade, estou convencido, como minhas páginas finais mostrarão, de que uma tal jornada dolorosa ao passado é o único caminho para a frente, se quisermos criar um futuro melhor para nós todos – palestinos e israelenses igualmente. Porque, em seu âmago, é disso que este livro trata.

Não tenho ciência de alguém que já tenha tentado esta abordagem. As duas narrativas históricas oficiais que competem pela interpretação do que aconteceu na Palestina em 1948 ignoram o conceito de limpeza étnica. Enquanto a versão sionista/israelense alega que a população local saiu “voluntariamente”, os palestinos falam da “catástrofe”, a Nakba, que se abateu sobre eles, o que em algum sentido é um termo furtivo, por se referir mais ao desastre em si do que a quem ou o que o causou. O termo Nakba foi adotado, por motivos compreensíveis, como uma tentativa de contrabalançar o peso moral do Holocausto judeu (Shoa), mas ao deixar de fora o ator, pode em certo sentido ter contribuído para a negação insistente do mundo quanto à limpeza étnica na Palestina, em 1948 e depois.

O livro abre com uma definição de limpeza étnica que espero ser suficientemente transparente para ser aceita por todos – uma definição que serviu de base às ações legais contra os perpetradores de tais crimes no passado e nos nossos próprios dias. Não sem alguma surpresa, o discurso legal normalmente complexo e (para a maioria dos seres humanos) impenetrável é aqui substituído por uma linguagem clara, sem jargões. Essa simplicidade não diminui a monstruosidade do fato, nem burla a gravidade do crime. Pelo contrário: o resultado é uma descrição direta de uma política atroz que a comunidade internacional hoje se recusa a tolerar.

A definição geral dos elementos componentes de uma limpeza étnica se aplica quase literalmente ao caso da Palestina. Como tal, a narração do ocorrido em 1948 ganha luz na história do despovoamento da Palestina como um capítulo descomplicado, mas, de forma alguma, simplificado ou secundário. De fato, a adoção do prisma da limpeza étnica capacita a pessoa a penetrar aquele manto de complexidade que é toureado, quase instintivamente, por diplomatas israelenses – atrás do qual acadêmicos israelenses automaticamente se escondem – para barrar tentativas externas de criticar o sionismo ou o estado judeu por suas políticas e seu comportamento. “Os estrangeiros”, diz-se em meu país, “não entendem e não podem entender essa história complicada”, portanto, não há necessidade de sequer tentar explicá-la. Tampouco devemos permitir que eles se envolvam nas tentativas de resolver o conflito – a menos que aceitem o ponto de vista israelense. Tudo o que se pode fazer – como vêm dizendo com benevolência os governos israelenses ao mundo – é deixar que “nós”, os israelenses, como representantes do lado “civilizado” e “racional” do conflito, encontremos uma solução justa para “nós mesmos” e para o outro lado, os palestinos que, afinal de contas, são o emblema da “incivilidade” e “irracionalidade” do mundo árabe ao qual a Palestina pertence.

No momento em que os Estados Unidos mostraram-se prontos para assumir essa abordagem distorcida e endossar a arrogância que a fundamenta, tivemos um “processo de paz” que levou, e só poderia levar, a lugar nenhum, por ignorar tão completamente o cerne da questão. Mas a história de 1948, é claro, não é de forma alguma complicada, portanto, este livro foi escrito tanto para os recém-chegados a esse campo quanto para os que já estão envolvidos, por vários anos e razões, com a questão da Palestina e com os caminhos para nos deixar mais perto de uma solução. É a narração simples, mas horripilante da limpeza étnica da Palestina, um crime contra a humanidade que Israel quis negar e forçar o mundo a esquecer. Recuperá-la do esquecimento é uma incumbência sobre nossas cabeças, não apenas como um ato de reconstrução historiográfica imensamente protelado ou um dever profissional; como o vejo, é uma decisão moral: o primeiríssimo passo que temos de trilhar se algum dia quisermos dar uma chance à reconciliação e uma raiz à paz na dilacerada terra da Palestina e Israel.

A Casa Vermelha, onde o massacre palestino começou

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