Oxfam – Apesar de alguns avanços, não há nenhum país no mundo que garanta igualdade econômica entre homens e mulheres
Segundo o Banco Mundial, se nada mudar, serão necessários 170 anos para que as mulheres ganhem o mesmo que os homens
A desigualdade de gênero é uma das formas da desigualdade mais antigas e profundas do mundo. Priva as mulheres de ter voz própria, desvaloriza seu trabalho e as coloca em situação de desvantagem frente aos homens, tanto no ambiente domiciliar como em escala nacional e mundial.
Apesar de alguns avanços importantes nos últimos anos, não há nenhum país no mundo em que a exista igualdade econômica entre homens e mulheres. E são as mulheres que estão mais vulneráveis a viver na pobreza.
Salários baixos – Em todo o mundo, a diferença salarial entre homens e mulheres é de 23%. No ritmo atual, será necessário um período de 170 anos para eliminar essa diferença. Hoje, existem 700 milhões de mulheres a menos do que homens com trabalho remunerado.
Ausência de empregos dignos – 75% das mulheres que vivem em regiões em desenvolvimento trabalham sem contrato formal, carecem de direitos e não possuem acesso à seguridade social. O pouco salário que recebem também não as permite sair da pobreza. Estima-se que 600 milhões das mulheres estejam nas formas mais inseguras e precárias de trabalho.
Trabalhos domésticos não remunerados – As mulheres assumem entre duas e dez vezes mais o trabalho não remunerado que os homens, como tarefas domésticas e cuidado com as crianças. Estima-se que esse trabalho contribua para a economia mundial o equivalente a 10 bilhões de dólares ao ano (mais de 12% do PIB mundial).
Jornadas de trabalho mais longas – As mulheres trabalham mais horas no dia que os homens quando somados os trabalhos remunerado e não remunerado. Dessa forma, nos dias atuais, uma jovem trabalhará, em média, 4 anos a mais que um homem ao longo de sua vida.
Igualdade econômica e redução da pobreza
Calcula-se que a desigualdade econômica de gênero custe 9 bilhões de dólares ao ano aos países em desenvolvimento. Este montante não daria apenas maior poder aquisitivos às mulheres, mas também beneficiaria seus familiares e comunidades e patrocinaria um enorme impulso para o conjunto da economia.
Os países que apresentam uma maior igualdade de gênero geralmente têm maior nível de investimentos. Dados empíricos de vários países e regiões indicam que a redução do fosso que separa homens e mulheres leva, consequentemente, à redução da pobreza. Na América Latina, por exemplo, o aumento do número mulheres em trabalhos remunerados entre 2000 e 2010 foi responsável por cerca de 30% da redução da pobreza em geral e da desigualdade de renda.
Para garantir os direitos das mulheres, reduzir a pobreza e cumprir com os objetivos de desenvolvimento, é fundamental apoiar o acesso das mulheres a trabalhos com uma condição digna e melhores meios de vida. O empoderamento econômico das mulheres é um elemento fundamental a ser realizado. Necessitamos de uma economia humana que beneficie tanto homens como mulheres, e que esteja a serviço de todas as pessoas, não apenas das elites.
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