Público – As crianças dos agregados mais pobres têm duas vezes mais probabilidades de morrer antes dos cinco anos do que as dos meios mais ricos.
Ainda continuam a morrer quase seis milhões de crianças todos os anos por causas evitáveis, sendo que as crianças dos agregados mais pobres têm duas vezes mais probabilidades de morrer antes dos cinco anos do que as dos meios mais ricos. Estes dados são da UNICEF, que os divulgou em comunicado este domingo, quando se assinala o Dia Universal da Criança. Apesar de todos os “progressos alcançados” desde a adoção da Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) em 1989, a organização avisa ainda que os direitos de milhões de crianças continuam a ser violados diariamente.
A esses números, juntam-se as 50 milhões de crianças obrigadas a abandonar as suas casas, estando neste momento desenraizadas. Cerca de 28 milhões dessas crianças foram desalojadas por conflitos. “Os direitos das crianças encurraladas em zonas sob cerco – nomeadamente na Síria, no Iraque e no norte da Nigéria – estão ainda mais ameaçados, pois as suas escolas, hospitais e casas têm sido alvo de ataques”, salienta a organização, acrescentando que 250 milhões vivem em países afectados por conflitos.
Sabe-se ainda, através do estudo Ending Extreme Poverty: A Focus on Children, que quase 385 milhões de crianças vivem na pobreza extrema e mais de 250 milhões de crianças em idade escolar não estão a aprender. “Os direitos das crianças encurraladas em zonas sob cerco estão ainda mais ameaçados, pois as suas escolas, hospitais e casas têm sido alvo de ataques”, lê-se no comunicado divulgado pela UNICEF Portugal. Também ainda quase 250 milhões de crianças vivem em zonas com níveis tóxicos de poluição do ar seis vezes superiores aos valores aconselhados.
A UNICEF Portugal sublinha ainda os “progressos significativos alcançados para as crianças nas últimas décadas”, desde que ratificou a CDC a 20 de Novembro de 1990. Este domingo, completam-se 27 anos desde a ratificação do documento em Portugal. Desde então, assistiu-se a uma diminuição da mortalidade infantil. Contudo, a pobreza infantil ainda afecta cerca de um quarto das crianças que vivem em Portugal.
“É absolutamente necessário pôr fim a estas violações, investindo mais para chegarmos às crianças mais vulneráveis, ou pagaremos o preço de um crescimento mais lento, de maiores desigualdades e menor estabilidade”, afirma Madalena Marçal Grilo, em comunicado. A Directora Executiva da UNICEF Portugal salienta ainda que todas as crianças devem ter o direito a crescer saudáveis e a ter acesso a uma educação de qualidade.
http://publico.uol.com.br/sociedade/noticia/seis-milhoes-de-criancas-morrem-todos-os-anos-por-causas-evitaveis-1751851
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