La Jornada – Flórida, North Dakota e Arkansas aprovaram medidas sobre cannabis medicinal. Montana votou leis para suavizar as restrições de uma lei já em vigor.
Os eleitores dos estados de Califórnia e Massachusetts disseram sim às propostas de despenalizar o consumo recreativo da maconha, numa grande vitória para o movimento a favor da descriminalização nos Estados Unidos. Assim, o movimento conquistou o estado mais populoso do nordeste e também o mais populoso do sudoeste e de todo o país.
A votação aconteceu em paralelo às eleições presidenciais e legislativas, nesta terça-feira (8/11). Pesquisas prévias realizadas pelo instituto Edison Research mostravam que a medida havia sido aprovada com bastante vantagem na Califórnia.
O voto em favor da despenalização da cannabis na Califórnia significa que a medida já se aplica em toda a costa oeste dos Estados Unidos, o que dá ao movimento pró-legalização um poderoso impulso. Por sua parte, o Massachusetts é o primeiro estado ao leste do Mississippi que aprova o uso recreativo.
As vitórias poderiam impulsar esforços similares em outras regiões e convencer algumas autoridades federais a aceitar normativas mais flexíveis que as atualmente vigentes, que classificam a maconha como uma droga perigosamente aditiva e sem nenhum benefício médico.
“Estou emocionada”, disse Nikki Lastreto, produtora de maconha do norte da Califórnia. “Creio que os californianos estão escolhendo um futuro muito melhor e mais consciente a partir deste resultado”, considera ela.
A Califórnia foi o primeiro estado a aprovar o uso da maconha com fins medicinais, há duas décadas. Também foi um de cinco estados que decidiram autorizar os adultos a consumir a maconha com fins lúdicos – os outros eram Arizona, Maine, Massachusetts e Nevada.
Flórida, North Dakota e Arkansas aprovaram medidas sobre cannabis medicinal. Montana votou leis para suavizar as restrições de uma lei já em vigor que regula seu uso médico.
Em geral, as propostas para a legalização do uso recreativo da erva consistem em classificar a cannabis na mesma categoria do álcool. Assim, o consumo de maconha fica restrito a pessoas maiores de 21 anos, sendo também proibido fumar na maioria dos espaços públicos. De acordo com as iniciativas, a erva ficaria sujeita a estritas normativas e altos impostos, sendo que alguns estados permitem aos usuários cultivá-la de forma caseira.
Segundo diversas pesquisas estado por estado, a maioria das iniciativas têm alta aprovação da cidadania. Entretanto, os grupos que se opõem às medidas incluem instâncias policiais e ativistas antidrogas, algumas ligadas a entidades religiosas. Esses sectores alegam que a legalização traria risco às crianças e abriria a porta à criação de outra indústria enorme, similar a do tabaco, que estaria dedicada a vender aos estadunidenses uma droga prejudicial para a saúde.
“Certamente, estamos decepcionados”, disse Ken Corney, presidente da Associação de Chefes de Polícia da Califórnia. Sua organização tinha previsto trabalhar com legisladores numa normativa sobre as consequências de se dirigir sob os efeitos da maconha.
A proposta da despenalização também provocou profundas divisões entre os defensores da maconha e os agricultores. No chamado “Triângulo Esmeralda”, uma região do norte da Califórnia famosa por cultivar cannabis há décadas, muitos pequenos produtores anseiam uma legalização ampla, mas teme que a nova legislação o leve à falência, devido ao risco de concorrer com as grandes plantações que decidam investir no negócio.
Se os votos favoráveis se impuserem nos diferentes estados do país, cerca 75 milhões de pessoas terão o direito de consumir cannabis. Assim, mais de 23% da população estadunidense viveria em estados onde já é legal consumir a erva com fins recreativos. As jurisdições onde isso já é uma realidade (Alaska, Colorado, Óregon, o estado de Washington e o Distrito de Columbia) reúnem cerca de 18 milhões de habitantes, mais ou menos 5,6% da população. Em outro aspecto, já são 25% os estados que permitem o uso da maconha para fins medicinais. Segundo pesquisas a nível nacional, uma ampla maioria dos estadunidenses está a favor da legalização.
http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/California-e-Massachusetts-aprovam-o-uso-recreativo-da-maconha/6/37205
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