Internacional

O segredo da esquerda mexicana para sua vitória avassaladora é recado para o Brasil

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– O Morena de Claudia Sheinbaum tem algo a ensinar para as esquerdas do mundo todo, mas sobretudo, ao Brasil

A confirmação da vitória de Claudia Sheinbaum nas eleições do México não surpreendeu quem já estava de olho na política mexicana nos últimos anos.

A dama de gelo conseguiu uma vitória com mais de 57% dos votos frente a 30% da aliança de direita PRI-PAN-PDR em um resultado histórico.

O resultado acompanhou os mais de 60% de aprovação do presidente André Manuel Lopez Obrador, líder do Morena, o Movimento de Regeneração Nacional.

E o resultado não é coincidência, é um projeto.

O Morena conseguiu atacar problemas estruturais do México, reduziu a desigualdade, aumentou a renda dos mais pobres, expandiu programas sociais e teve uma forte política de valorização do salário mínimo, além de intensificar o crescimento mexicano nos últimos seis anos.

Mas foi a estratégia de posicionamento político e comunicação que o fez ter um resultado estrondoso em sua segunda campanha presidencial.

O Morena lembrou que o papel da esquerda é ser contra o sistema. E isso significa, também, estar em campanha constante contra o tal sistema. A tal revolução social da qual Zé Dirceu fala.

Lá no México, o partido de esquerda virou sinônimo de combate contra a desigualdade, contra o crime organizado e contra o establishment político.

É por isso que parte da direita liberal e seus críticos ferozes no New York Times acusam a legenda de ser populista de esquerda.

Lopez Obrador tentou, a todo momento, se mostrar como um reformador. Se manteve em combate e em campanha – mesmo não podendo se reeleger – desde que chegou ao cargo de presidente. O saldo veio: uma vitória avassaladora na presidência e no Congresso.

O discurso anti-hegemônico de Obrador tem coibido, ao mesmo tempo, o surgimento de figuras de extrema direita na política nacional do país.

É claro que as condições brasileiras são diferentes, e o sistema – Congresso, Judiciário e imprensa hegemônica – se tornaram aliados táticos contra a chaga do bolsonarismo. Mas tática é diferente de estratégia.

É sempre importante ficar atento para que o anzol da direita não faça a esquerda virar peixe.

AMLO e Sheinbaum conseguiram fazer com que a direita tivesse que se dirigir ao centro para tentar sobreviver, não o contrário. Pode ser uma boa lição de casa para 2026.

Fonte: O segredo da esquerda mexicana para sua vitória avassaladora é recado para o Brasil | Revista Fórum (revistaforum.com.br)

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