Sociedade

Para driblar a desigualdade de gênero no futebol

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Lara Machado, Pedro Tavares e Renata Buono – O avanço do futebol feminino não esconde desigualdades da Copa do Mundo feminina quando comparada à masculina, seja em audiência, seja em premiações. O  campeonato feminino acontece na Austrália e na Nova Zelândia e hoje, dia 24, a Seleção Brasileira faz sua estreia contra o Panamá. Embora o total de prêmios em dinheiro da Copa do Mundo Feminina, distribuído entre as seleções, seja três vezes o valor de 2019 e 10 vezes o de 2015, ainda é consideravelmente menor do que o prêmio  de US$ 440 milhões (R$ 2,3 bilhões) destinado às seleções masculinas da Copa do Mundo do Catar, no ano passado. O =igualdades desta semana ilustra as desigualdades de gênero que continuam em campo no futebol mundial.

Embora o prêmio em dinheiro da Copa do Mundo Feminina, cerca de 152 milhões de dólares, seja agora três vezes o valor de 2019, 50 milhões de dólares, e 10 vezes mais do que em 2015, 15 milhões, ainda é consideravelmente menor do que  valor de 440 milhões de dólares destinados à premiação da Copa do Mundo masculina no Catar, no ano passado.

Em 2015, 764 milhões de espectadores acompanharam a Copa do Mundo feminina pelos televisores; em 2019 o número saltou para 993,5 milhões, um aumento de 30% de audiência pela TV. Só a grande final entre EUA e Holanda foi acompanhada por cerca de 82,2 milhões de pessoas, quase 60% a mais que a edição de 2015, quando a audiência da final foi de 52,6 milhões de pessoas.

Os ingressos da Copa do Mundo são  disponibilizados para a compra do público geral em três categorias. A terceira, a mais barata, normalmente é o setor mais longe dos gramados. A discrepância entre os ingressos das finais de 2022 e 2023 para esse setor é de mais de 500 dólares americanos. No caso da Copa de 2022 teve ainda a categoria 4, um ingresso mais barato, apenas para residentes do Catar.

 A final entre Estados Unidos e Holanda, em 2019, foi a partida mais vista na história da Copa do Mundo Feminina. Ela teve uma audiência média de 82,18 milhões, aumento de 56% em relação à final de 2015 (52,56 milhões). Ao todo, 263,62 milhões de pessoas foram alcançadas com a cobertura da final. Esse número representa 22,9% da audiência total da competição.

Dados da CBF apontam que 4,4% do total de jogadores profissionais do país eram mulheres. Considerando os números brutos, eram 598 jogadoras e 12.992 jogadores. A disparidade se estende para outras funções. O país tem 1672 homens treinadores e 57 mulheres no mesmo cargo – pouco mais de 3% do total. Já na arbitragem as mulheres somam 19% do total: são 123 árbitras e 536 homens.

O Brasil tem, em 2023, 1672 homens treinadores e 57 mulheres no mesmo cargo – pouco mais de 3% do total. Já na arbitragem, as mulheres somam 19% do total: são 123 árbitras e 536 homens. Em 2019 a disparidade era ainda maior. Os treinadores eram 1.368 homens e somente 15 mulheres – elas representavam 1% do total. Já entre os árbitros as mulheres representavam 16%, eram 472 homens e 94 mulheres.

A seleção brasileira é a melhor ranqueada da América do Sul em pontuação FIFA. No entanto, apesar dos bons resultados em campo, o país perde em número de jogadoras praticando o futebol organizado para os vizinhos Argentina, Venezuela e Peru.

Fonte da matéria: Para driblar a desigualdade de gênero no futebol – https://piaui.folha.uol.com.br/para-driblar-desigualdade-de-genero/

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