Texto publicado em parceria coma Revista Lacre
J. de Mendonça Neto – Com linguagem didática, “Se quiser mudar o mundo” de Sabrina Fernandes reúne conceitos políticos fundamentais para a transformação da realidade.
Autora de Sintomas mórbidos: a encruzilhada da esquerda brasileira, de 2019 que ainda está parcialmente lido aqui em casa, Sabrina Fernandes, doutora em Sociologia, com especialização em Economia Política, pela Carleton University, no Canadá lança agora pela Editora Planeta Se quiser mudar o mundo, obra introdutória para auxiliar na compreensão de conceitos fundamentais para quem deseja pensar uma nova realidade social e política.
Fundada na tese onze de Karl Marx, que também dá nome ao seu programa pelo You Tube que diz “Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de maneiras diferentes; a questão, porém, é transformá-lo”; frase que a propósito esse repórter registrou numa antiga caneca de café Sabrina é uma das ativistas que deseja transformar profundamente a realidade de desigualdade e exploração capitalista.
Na Tese Onze, esclareça-se, seu canal do Youtube inspirado na proposição de Marx, a cientista ensina conceitos fundamentais sobre a política a partir da teoria e práxis ecossocialista. Com o lançamento pela Planeta a expectativa é auxiliar na compreensão de conceitos fundamentais para quem deseja pensar a realidade e operar sua transformação.
Desde a introdução a autora mostra que tem um lado ressaltando a importância de se defende um viés para transformar radicalmente a sociedade, no caso o ecossocialismo, corrente do socialismo que ela explica se basear no entendimento de que não é possível a transformação qualitativa de faro da sociedade sem uma grande ruptura com o capitalismo. O projeto ecossocialista, que a autora se aprofunda ao longo da obra, pretende reorganizar a sociedade com o máximo de emancipação humana em equilíbrio ecológico. Assim, o livro pretende introduzir conceitos marxistas, de perspectiva sociológica, como ferramentas que vão ajudar na mudança do mundo.
Pra não ficar só no proselitismo a autora que essa mudança na sociedade precisa lidar primeiro com a aceitação ou normalização da radicalidade, ou seja, “transformar a realidade para que aquilo que parece distante ou radical demais hoje possa ser o estado normal das coisas amanhã”. Dialética, punitivismo, feminismo, liberalismo e tantos outros temas são explorados nas página do livro instrumento ou livro guia.
Conforme resenhado pela editora conceitos básicos como as esquerdas e direitas na política são expostos de forma a serem vistos como fundamentalmente diferentes entre si. Nesse caso, a revelia, de um discurso corriqueiro, extremos – direita e esquerda – não são iguais. “Na política há negociações, concessões e contenção de danos, mas isso não significa que não existem lados. Conhecer bem os lados é fundamental para compreender as vitórias e as derrotas e os momentos de negociação, reformas e aqueles recuos dados para reavaliar e reorganizar. Negar isso é, de cara, ceder ao sistema vigente e rejeitar possibilidades transformadoras”, afirma a autora.
Pra não se comportar como um livro fora do seu tempo, o livro vai das contradições de ser socialista em uma sociedade dominada no sistema capitalista às condições materiais efetivas para uma grande mudança. Se baseando ainda em vigorosos intelectuais contemporâneos para melhor compreensão da política atual e melhores métodos para construir a mudança desejado “Se quiser mudar o mundo”, a ser lido, e relido até melhor entendimento é um grande incentivo rumo à luta revolucionária.
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