OXFAM – Segundo a entidade, isso pode acontecer se planos de ajuda não forem adotados para os países mais desfavorecidos diante da pandemia.
Quinhentos milhões de pessoas em todo o mundo podem cair na pobreza se planos de ajuda não forem adotados para os países mais desfavorecidos diante da pandemia do coronavírus, afirmou nesta quarta-feira (8) a Oxfam International, confederação que atua em mais de 90 países na busca de soluções para o problema da pobreza, da desigualdade e da injustiça.
Em um relatório intitulado “O preço da dignidade”, a Oxfam observa que entre 6% e 8% da população mundial pode cair na pobreza à medida que os governos paralisam a economia para controlar a propagação do vírus.
“Isso poderia constituir um recuo global de 10 anos na luta contra a pobreza e um recuo de 30 anos em regiões como a África Subsaariana (parte do continente africano situada ao sul do Deserto do Saara), o Oriente Médio e o norte da África”, porque mais da metade da população mundial poderia ficar abaixo da linha de pobreza como resultado da pandemia, informou a organização.
A Oxfam fez esse alerta antes das reuniões de abril do FMI, do Banco Mundial e dos ministros das Finanças do G20. Todas realizadas por videoconferência. Os países mais pobres, sem sistemas de proteção social, serão os mais afetados, assim como as populações desfavorecidas, como as mulheres.
Para evitar esse cenário, a ONG, que reúne 19 organizações, mais de 3 mil parceiros e atua em mais de 90 países, recomenda ajuda financeira direta às pessoas mais afetadas e apoio prioritário às pequenas empresas, além de condicionar a assistência às grandes empresas à adoção de medidas para os mais vulneráveis.
Suspensão de pagamento de dívidas
O documento também pede a suspensão de pagamentos de dívidas este ano pelos países mais pobres. O relatório cita o exemplo de Gana, que poderia “fornecer US$ 20 por mês para cada uma das 16 milhões de crianças, deficientes e idosos do país por seis meses”, se fosse liberado dos prazos de pagamento da dívida.
A Oxfam aconselha um aumento de pelo menos US$ 1 bilhão em Direitos Especiais de Saques (DES) do Fundo Monetário Internacional para ajudar as nações mais pobres e aumentar o apoio ao desenvolvimento aos países doadores.
O texto ainda sugere a criação de impostos emergenciais de solidariedade, tributando lucros extraordinários, grandes fortunas, produtos financeiros especulativos e atividades que tenham impacto negativo no meio ambiente.
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