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EUA: Senado rejeita todas as medidas de controle de armas

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Nika Knight – Apenas uma semana depois de 49 pessoas serem mortas em Orlando, quatro medidas para decretar leis de armas mais rígidas foram rejeitadas no Senado.

Em uma falha reminiscente de tentativas anteriores em restringir a lei de armas seguida de um massacre, o Senado norte-americano, na segunda-feira, rejeitou totalmente quatro medidas que decretavam leis de armas mais rígidas em face ao massacre de Orlando na Flórida.

“Democratas e Republicanos impulsionaram emendas concorrentes para duplamente reforçar a checagem de histórico e prevenir terroristas suspeitos de adquirirem armas”, segundo o Guardian. “Mas todas as quatro leis não conseguiram os 60 votos necessários para superar uma barreira no Senado, em uma quase réplica da votação que aconteceu em Dezembro quando um casal de atiradores matou 14 pessoas e feriu mais 22 em San Bernardino na Califórnia”.

A Senadora Elizabeth Warren (Democratas – Massachussets) denunciou a votação em um tuíte:

“Estou envergonhada e enojada em ver que o Senado trabalha para a NRA e não para a maioria da população que apóia soluções básicas para parar com a violência armada.”

A obstrução midiatizada liderada pelos Democratas no Senado semana passada, que pressionou por medidas que críticos disseram “que não iria muito longe”, resultou em um acordo para votar uma nova legislação de controle de armas.

O The Hill relata que muitos estavam pessimistas sobre as chances de sucesso da proposta desde o início:

A derrota era previsível para todas as quatros medidas – duas lidavam com checagem de histórico e duas procuravam prevenir que pessoas suspeitas de terrorismo pudessem comprar armas.

Todas as quatro precisavam de 60 votos para avançarem, e Republicanos e Democratas ofereceram emendas concorrentes em ambas as questões. A Associação Nacional de Rfiles (NRA) se opôs às duas medidas Democratas.

O voto principal era na medida apoiada pela Senadora Dianne Feinstein (Democratas – Califórnia) que teria proibido que as pessoas suspeitas de terrorismo comprassem armas ou explosivos. Perdeu por 47-53.

Anteriormente à votação, o Senador Bernie Sanders (Independente – Vermont) caracterizou a votação como “moleza”.

“Francamente, essas emendas Democratas são moleza”, escreveu Sanders. “É incompreensível pra mim, e eu acredito que para a vasta maioria dos norte-americanos, o porquê de os Republicanos se oporem à elas”.

Nenhuma das medidas eram a proibição de vendas de armas de assalto “que muitos estão pedindo”, como já relatou o Common Dreams.

Hillary Clinton divulgou uma declaração que dizia simplesmente, “já basta”, e depois listou os nomes das 49 vítimas do atentado de Orlando, reportou o The Hill.

“As propostas da Senadora Feinstein e do Senador Murphy são de bom senso”, adicionou Sanders. “À luz de tragédias terríveis que acontecerem em Orlando e outras cidades, não é muito difícil entender que os terroristas ou terroristas em potencial, os criminosos e as pessoas com deficiência mental perigosa não deveriam ter acesso à armas.. Temos que fazer de tudo ao nosso alcance para evitar que armas acabem nas mãos de que não deveria portá-las”.

“O que eu irei dizer às 49 famílias de luto?” perguntou o Senador Bill Nelson da Flórida depois de as medidas serem rejeitdas, de acordo com o Guardian. “O que eu irei dizer às famílias daqueles que continuam no hospital lutando por suas vidas?”

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