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Raquel Dodge – O elo entre a Lava Jato e os EUA

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Wellington Calasans – A CIA cansou de intermediários. Agora é a vez dos seus próprios agentes. Não os cooptados, mas aqueles formados e vinculados diretamente aos EUA, pois não há mais margem para erros. Neste cenário, a Procuradora Geral da República – Raquel Dodge – assume o protagonismo dos EUA no Regime Temer.

Depois do show de ilegalidades cometidos no 8 de Julho – data que ficará marcada na história do Brasil como “o dia em que a justiça escancarou a perseguição política ao ex-presidente Lula” – Moro e os seus comparsas da quadrilha Lava Jato perderam a serventia.

Não estava nos planos dos norte-americanos, mas foi necessário acionar imediatamente, e abertamente, a mais nova eleita pelo Tio Sam para dar, publicamente, suporte ao “desMOROlizado” juiz Sérgio Moro: Raquel Dodge.

Figura de voz mansa, pessoa fria, calculista, dissimulada, com fortes traços fascistas e que chega com a missão de não medir as consequências para destruir e incriminar os focos de resistência ao Regime Temer.

Para se firmar no comando da PGR, Dodge já havia passado a perna em muita gente. Sempre ameaçando com dossiês (elaborados pela CIA), conseguiu ter o nome confirmado por um, também agente (este cooptado) da CIA, presidente que apenas cumpre ordens, Michel Temer.

A mais nova missão de Dodge é a perseguição com requintes nazistas ao Desembargador Rogério Favreto, pelo simples fato de ter concedido um Habeas Corpus ao ex-presidente Lula. O que – para a CIA – foi uma das maiores ameaças ao Regime Temer, imposto mediante o controle das “instituições”, sob o argumento de que estas “estão funcionando normalmente”, através do suporte de propaganda dos reféns da CIA, os irmãos Marinho – atolados até o pescoço na máfia da FIFA, etc.

Com o tradicional modus operandi da CIA, Dodge já chegou para a nova missão com a abertura de um inquérito para que Favreto seja afastado e aposentado compulsoriamente. Tudo isso para dar um recado aos demais quadros da justiça brasileira: “quem sair da ‘linha’ terá a cabeça cortada”. É também um ato de desespero da CIA, pois a reação dos brasileiros é genuína, e até aqui enigmática, para que eles consigam consolidar uma “primavera tropical”.

A impossibilidade de instaurar o caos social, como nos países do Oriente Médio e Norte da África, impõe uma arriscada adaptação dos planos. Se antes era tudo discreto e com a aparência de normalidade, agora será escancarado e a impor aos reféns e aos cooptados, nesta ordem, que se assumam como criminosos lesa-pátria, mas ainda sem que mencionem os patrões (que todos já sabem quem são).

Salvar a própria pele (além de marido e filhos), assumir o comando e retirar do foco a “turma das lambanças” do Dia 8 de Julho foi o que restou à PGR Dodge, pois os crimes cometidos pelos seus protegidos – os 3 desembargadores e o juiz de Curitiba – feriram gravemente a “aparência de normalidade” do Regime Temer, enquanto a excrescência da entrega da soberania e escravidão do povo brasileiro corria num ritmo que somente em ditaduras são praticadas.

Quando era moça e estudava direito na UNB, Raquel Dodge era chamada pelos seus colegas de Raquelzinha. Foi colega do ex-ministro da Justiça de Dilma Rousseff, Eugênio Aragão – que chegou a dizer em entrevistas que ela tinha um perfil “corporativista” e era “ambiciosa”.

O “Homem Invisível” da CIA

Dodge mordeu a isca da CIA (plano antigo, usado desde a Guerra Fria) e casou com um agente norte-americano Bradley Lay Dodge – um mórmon disfarçado de professor de inglês, do time do principal concorrente, à época, de Barack Obama, o conservador Mitt Romney. Como sabemos, entre outras coisas, os mórmons não consomem bebida alcoólica, café ou chá. Os homens são extremamente machistas e misóginos, praticam a poligamia, mas o governo dos EUA faz de conta que não vê. Não é possível encontrar uma única foto na internet (sobretudo no Google dos EUA) deste agente norte-americano, o mórmon marido de Dodge.

Trabalham para a CIA com dinheiro brasileiro

O combate à corrupção parece não se enquadrar aos atos da própria Procuradora Geral da República. Dodge recebeu R$ 11.285,00 em diárias por sua participação num evento nos Estados Unidos, promovido por uma associação de alunos e ex-alunos de Direito de Harvard. Também participaram do evento, intitulado “Harvard Law Brazilian Association Legal Symposium“, os palestrantes: ministro do STF Luís Roberto Barroso e dos juízes federais Sérgio Moro e Marcelo Bretas.

Segundo o boletim administrativo do Ministério Público Federal, a instituição – (leia-se: o contribuinte brasileiro) pagou sete diárias para Dodge, bem como suas passagens aéreas, constando a saída do Brasil no dia 12, uma quinta-feira, e a volta no dia 18, uma quarta. No boletim administrativo consta também que o Ministério Público emitiu, no dia 12, por meio de seu sistema interno à agência de viagens contratada, passagens para o marido da procuradora, Bradley Dodge, acompanhá-la no evento.

E – ainda com nosso dinheiro – a mesma Raquelzinha defendeu as prisões em segunda instância, a restrição ao foro privilegiado, a inconstitucional proibição do comprovante impresso do voto e a necessidade de haver indenizações por danos morais em casos ligados à corrupção, entre outros temas.

A Senhora Dodge adora farrear com o dinheiro público. O que Raquelzinha fez para se viabilizar Procuradora Geral – o ex-ministro Aragão tinha razão sobre as ambições de Dodge – não tem limites.

MeritocraCIA

Dodge é mais uma com o DNA tucano. Trabalhou com senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e também com o, corrupto contumaz, José Serra (PSDB-SP), com quem também trabalhou no Ministério da Saúde nos anos 1990. A “faca no pescoço” de Temer para a escolha de Raquelzinha para a PGR decorre das orientações dadas pelas empresas de petróleo, via Serra (também agente cooptado da CIA).

Além de dossiês que usava como ameaça aos adversários, Raquelzinha para “agradar” procuradores do Ministério Público e, com isso, conseguir os votos dos seus pares, ordenou o pagamento de licença-prêmio e PAE – Parcela Autônoma de Equivalência , favorecendo 218 procuradores que receberamno total 7,8 milhões, cerca de 36 mil para cada um da ativa e para mais 192 procuradores inativos que receberam 134 milhões no total, sendo 70 mil para cada. Com isso Dodge comprou os seus votos. Nós pagamos!

Num país sério não teria espaço para uma ação tão explícita de uma agente dupla. Uma mulher sem nenhum compromisso com o Brasil, uma figura abjeta e descompromissada com os interesses do povo brasileiro. Raquel Dodge serve aos EUA. Os filhos estudam em Harvard, onde o marido tem laços e compromissos. Ao que parece, Harvard virou o laboratório dos golpes na América Latina.

Raquel Dodge – O elo entre a Lava Jato e os EUA

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