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Parem de usar o Paquistão como bode expiatório para a desastrosa ‘guerra ao terror’ dos EUA

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Jake Johnson – “Os EUA deveriam avaliar seriamente o porquê, mesmo com 14.0000 tropas da OTAN mais 25.000 tropas afegãs e supostos $1 trilhão gastos com guerra no Afeganistão, que o Talibã está, hoje, mais forte do que antes”, disse o primeiro-ministro do Paquistão.

Depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, argumentar que o Paquistão não “faz nada para nós” e acusou o país de hospedar terroristas em uma entrevista à Fox que foi ao ar no domingo, o primeiro-ministro paquistanês e crítico antigo da política externa dos EUA, Imran Khan, sugeriu em uma série de tuites que Trump deveria examinar sua própria falida “guerra ao terror” e parar “de fazer do Paquistão um bode expiatório”.

“Os EUA deveriam avaliar seriamente o porquê, mesmo com 14.0000 tropas da OTAN mais 25.000 tropas afegãs e supostos $1 trilhão gastos com guerra no Afeganistão, que o Talibã está, hoje, mais forte do que antes”, disse Khan.

Como já reportou o Common Dreams na semana passada, o Instituto Watson de Relações Públicas e Internacionais estimou que até o final de 2019, os EUA terão gasto alarmantes $5.9 trilhões em guerras no Afeganistão, Iraque, Síria e outras nações desde os ataques de 11 de setembro de 2001.

“Nenhum paquistanês estava envolvido no 11/9 mas o Paquistão decidiu participar da guerra ao terror dos EUA”, continuou Khan. “O Paquistão sofreu 75.000 mortes nessa guerra e mais de $123 bilhões foram perdidos na economia. A ‘ajuda’ dos EUA foram minúsculos $20 bilhões. Nossas áreas tribais foram devastadas e milhões de pessoas tiradas de suas casas. A guerra impactou drasticamente as vidas de paquistaneses normais… o Sr. Trump pode nomear outro aliado que fez tantos sacrifícios assim?”

Em setembro, Trump decidiu cortar $300 milhões de ajuda dos EUA ao Paquistão, acusando o país de hospedar terroristas.

Antes das suas eleições para primeiro-ministro em julho, Khan condenou a decisão de Trump de cortar ajuda em uma tentativa de “humilhar e insultar” o Paquistão e argumentou que sua nação nunca mais deve ser usada pelos EUA como “assassino de aluguel”.

“Nos tornamos o representante dos EUA para uma guerra contra a União Soviética quando entrou no Afeganistão e nós permitimos que a CIA criasse, treinasse e armasse grupos jihadistas em nosso solo e uma década depois tentamos eliminá-los como terroristas sob comando dos EUA”, declarou Khan em uma carta em janeiro. “Chegou a hora de nos posicionarmos e respondermos firmemente aos EUA”.

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