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Número de abortos cai no mundo, puxado por países desenvolvidos com legalização

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G1 – Desde os anos 90, os registros da prática caíram de forma significativa nos países ricos; já nas regiões em desenvolvimento não foi observada uma mudança significativa.

Em 20 anos, entre 1990/1994 e 2010/2014, a taxa anual de aborto nas regiões desenvolvidas caiu significativamente, principalmente em países ricos onde a prática é legalizada – passou de 46 para 27 abortos para cada mil mulheres em idade reprodutiva. O mesmo não ocorreu em países em desenvolvimento: a taxa global se manteve quase estável, passando de 39 para 36 a cada mil mulheres.

Os dados são de relatório publicado nesta semana pelo Instituto Guttmacher, organização dos Estados Unidos parceira da Universidade Columbia e da Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF). Veja o relatório completo em inglês.

Segundo o documento, o maior declínio nas taxas de aborto foi sentido na Europa Oriental, onde o uso efetivo de contraceptivos aumentou drasticamente. Os índices também caíram de forma significativa no Centro da Ásia – as duas regiões fizeram parte do antigo bloco da União Soviética e passaram a ter acesso aos métodos eficazes de prevenção.

Mais dados do relatório:

  • Abortos ocorrem com a mesma frequência em duas categorias de países: onde o aborto é proibido ou quando é permitido apenas para salvar a vida da mulher – de 37 a 34 casos por mil mulheres, respectivamente.
  • Mulheres com idades entre 20 e 24 anos são as que mais abortam.
  • A maior parte (93%) dos países onde o aborto é proibido ou tem leis restritas à prática estão em desenvolvimento.
  • O contrário também é observado: os países onde o aborto é liberado são desenvolvidos.
  • No entanto, países com a prática legalizada estão impondo cada vez mais restrições de acesso à prática, como Estados Unidos e países da Europa Oriental.
  • Desde 2000, 28 países mudaram suas legislações – quase todos se tornaram mais liberais ao aborto.
  • De todos os abortos feitos no mundo, 55% são considerados seguros; 31% são menos seguros (atendem a pelo menos um critério); 14% são inseguros (não atendem a nenhum critério médico).
  • Em 14 países em desenvolvimento onde o aborto inseguro é prevalente, 40% das mulheres que escolheram tirar o bebê apresentaram complicações que necessitaram de cuidados médicos.

Entre 2000 e 2014, o instituto estimou que 55,9 milhões de abortos foram feitos por ano em todo o mundo. Destes, 49,3 milhões ocorreram em regiões em desenvolvimento e 6,6 milhões em países já desenvolvidos.

Os países com os menores índices de aborto são Suíça (5 a cada mil mulheres), Cingapura (7 a cada mil mulheres) e Eslováquia (8 a cada mil mulheres). Na outra ponta, com as maiores taxas, está o Paquistão (50 a cada mil mulheres), Quênia (48 a cada mil mulheres) e Índia (47 a cada mil mulheres).

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